Há 158 anos era perfeitamente aceitável colocar como apelido das pessoas, as alcunhas que tinham por base as suas deficiências físicas. Pois se o Manuel não ouvia nem via, porque não chamá-lo de Manuel Mouco Cego?
"Aos cinco dias do mes d'Abril do anno de mil oito centos sessenta e tres, nesta Parochial Igreja de Nossa Senhora dos Milagres da Vieira, Concelho e Diocese de Leiria, eu o Presbytero Antonio dos Sanctos, Coadjutor da mesma Freguesia, baptizei solemnemente um individuo dos sexo masculino a quem dei o nome de Manoel, que nasceu nesta Freguesia no dia trinta e um de Março do anno supra, pelas dez horas da manhã, filho legitimo de Manoel Mouco Cego, e de Custodia Maria, neto paterno de Luiz Mouco e de Luzia do Grou e materno de Joaquim Mendes e de Maria Thereza. Foi padrinho José Mendes, pescador, e madrinha Maria de S. Pedro, os quais todos sei serem os proprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de lido e conferido perante os padrinhos, o não assignaram por não saberem escrever. Era ut supra. O Coadjudor Antonio dos Sanctos"
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