"Aos honze dias do mez de septembro do anno de mil e oito centos e septenta e um nesta parochial igreja do Porto da Carne, concelho e diocese da Guarda, eu presbytero Joaquim de Sousa Mocho, vigario collado nesta mesma freguesia puz os santos oleos a um individuo do sexo feminino, a quem dei o nome de Adriana Augusta, porque a minha fregueza Antonia Gomes, cazada com António Beirão (padeiros), me declarou, que amanhecendo para o dia vinte e oito de Agosto proximo passado lhe tinham entregado aquella creança, que dava a entender tinha nascido ha pouco tempo, e juntamente com o enxoval lhe entregaram uma caixinha, e dentro della quaze um quarto de folha de papel groço com um bocadinho de menos no lugar da firma, que foi cortado à tezoura, ou canivete, e o contheudo do dito papel é o seguinte - Não se quer que entre na roda, faltao-lhe os santos oleos, e deve chamar-se Adriana Augusta. A ama ficará ganhando dois mil reis por mez: e no verso dizia assim - Esta creança so deverá ser entregue a quem mostrar o papel, que neste falta com o resto das palavras. Nada mais se continha no referido documento que bem e fielmente copiei para aqui, e logo o entreguei à sobredita Antónia Gomes. Para constar lavrei em duplicado este assento que assigno. Era est supra."
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